Debate

Em segunda reunião entre prefeitos da Zona Sul e Equatorial, superintendência lotada na região é apresentada

Repartição é resposta da concessionária às reivindicações de atendimento mais ágil e melhor comunicação com os municípios

Foto: Jô Folha - DP - Diretor presidente da Equatorial pediu que a conversa fosse fechada, sem a permissão de acesso à imprensa

Pela segunda vez na semana gestores da Zona Sul estiveram reunidos com o diretor-presidente da CEEE Equatorial, Riberto José Barbanera, para reivindicar agilidade no atendimento aos moradores de vários municípios que chegavam a mais de duas semanas sem energia elétrica. Após o encontro que durou mais de duas horas, o representante da concessionária reforçou o prazo de que até esta sexta-feira (5) o serviço seria normalizado para todos os clientes e apresentou como ação a curto prazo para a melhoria do serviço a criação de uma superintendência na região.

Com a presença de mais de dez lideranças municipais, na reunião sediada no escritório regional do deputado federal Daniel Trzeciak (PSDB), não foi possível acompanhar as demandas e reclamações apresentadas. Isso porque o diretor presidente da Equatorial pediu que a conversa fosse fechada, sem a permissão de acesso à imprensa. Questionado em entrevista após a conclusão das conversas, Barbanera argumentou que a demora no restabelecimento da energia, que para alguns moradores chega a 17 dias, se deve à complexidade do serviço. “Estamos falando de redes que têm 10, 12 até 15 postes caídos e que requer um trabalho de veículos pesados, com construção de rede para poder reativar. Esses são os casos que temos hoje pendentes”.

Sobre a reincidência do episódio da mesma forma que havia ocorrido em julho do ano passado, quando algumas famílias chegaram a ficar 15 dias sem luz, o gestor justificou que a falha no atendimento ocorre devido a precariedade dos postes. Conforme ele, dos 800 mil instalados na área de concessão, 560 mil são de madeiras e estão deteriorados. Já a troca das estruturas levaria mais de dois anos, em referência ao período em que a Equatorial está à frente da operação no Estado. “A nossa expectativa é que a cada evento desse a gente possa melhorar sabendo das dificuldades e deficiências”.

Descentralização
Dentre as ações a curto prazo elencadas para a Zona Sul, está a criação de uma superintendência regional, com sede em Pelotas e com o aumento de 80% de capacidade das equipes. Anteriormente, todo o atendimento da Equatorial era centrado em Porto Alegre. Além disso, Barbanera solicitou o apoio dos efetivos das prefeituras em manutenção das vegetações, como a poda de árvores. “Pedi aos prefeitos para que nos juntemos na questão de poda de vegetação, 70% dos desligamentos que temos na rede elétrica hoje são por vegetações”. O mesmo assunto já havia ficado acordado na reunião do ano passado entre os municípios e a antiga gestão da concessionária.

O cenário

Em Cerrito, um dos municípios com maior índice de clientes desassistidos, o cenário que havia melhorado na quarta-feira voltou a piorar depois da chuva de quinta-feira (4). Conforme o vice-prefeito, Alexandre da Rosa (PP), de mil, o número de moradores sem energia subiu para 1,7 mil. “Eles têm que ter mais equipes e estarem mais preparados. É angustiante porque a gente fala com eles e dizem que a solicitação já foi consertada, na Equatorial está que o serviço já foi executado, mas não foi porque as pessoas continuam sem luz”, relata.

Já o deputado federal Daniel Trzeciak (PSDB), que mediou a reunião, declarou o mesmo que os prefeitos, a necessidade de respostas mais rápidas e que seja realizado um treinamento maior das equipes. “Que seja feito um treinamento (das equipes). Tem que ter bom senso, empatia, pessoas que entendam e conheçam o trabalho. A promessa de que o trabalho irá melhorar é um alento, mas insuficiente para tranquilizar as pessoas”.

Morte em Bagé

Ainda na quinta-feira, mais um episódio envolvendo danos na rede elétrica foi registrado. Conforme nota de repúdio da Federação dos Trabalhadores Assalariados Rurais no Rio Grande do Sul (Fetar-RS), em estrada da localidade de Olhos D'Água em Alexandrina, interior de Bagé, um trabalhador rural, de apenas 23 anos, morreu eletrocutado ao passar, acidentalmente, por cabos da rede elétrica rompidos no último temporal.

“A Fetar-RS lamenta profundamente a morte deste jovem trabalhador e repudia a demora da CEEE Equatorial em atender ocorrências deste tipo, especialmente nas áreas rurais do interior do Estado. Queremos que o governo do Estado tome providências urgentes para dar um basta na irresponsabilidade e omissão da CEEE Equatorial e evitar que novas tragédias como essa voltem a acontecer”, expressa o comunicado.

Em nota, a concessionária diz estar “ciente do acidente fatal em Bagé que vitimou um jovem e dois cavalos. A empresa lamenta profundamente o ocorrido, solidariza-se com a família da vítima. Informa ainda que colabora com as investigações e irá continuar a prestar apoio e suporte aos familiares, aguardando com prudência e responsabilidade os desdobramentos dos fatos e a completa apuração das causas e circunstâncias do acidente”.​

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